Eucaristia: fonte e objetivo de toda a evangelização
Entenda por que ter uma vida unida a Jesus Eucarístico é essencial para dar seu testemunho e evangelizar.
Ao longo dos séculos, a Igreja enfrentou vários desafios. Desde a perseguição romana, passando pelos martírios e cismas, até as críticas atuais feitas por alguns grupos. Então, como o catolicismo se mantém de pé? Partindo dos apóstolos até os Santos mais recentes, há um ponto chave para a evangelização: a Eucaristia.
Este é o centro da fé. E esse Amor – que se fez carne e assume a forma de pão e vinho – pede para ser levado a todos. “Ide por todo o mundo, proclamai o Evangelho a toda criatura” (Mc 16, 15).
O cenário atual está marcado pela pandemia de Covid-19, pelo medo, pelas perdas, pela divisão e desigualdade. Portanto, a evangelização comprometida com a verdade leva esperança e aponta o melhor caminho para buscar a santidade em meio aos problemas do dia a dia.
Para o evangelizador, a Eucaristia não é apenas a fonte de sua missão, mas também o sustento ao longo da caminhada. Além disso, o objetivo dessa atitude missionária é levar o outro até Cristo.
Eucaristia e evangelização: serviço e sacrifício
Na Última Ceia, observamos os exemplos máximos de doação e serviço, deixados por Cristo. Ao instituir a Eucaristia, Deus se faz novamente pequeno e frágil e se entrega à Igreja, no sacramento que atualiza seu sacrifício pela humanidade. Porém, antes disso, ao lavar os pés dos apóstolos, se faz humilde e serve aqueles homens que, inclusive, depois o trairiam, negariam e abandonariam.
Por isso, como imagem e semelhança de Deus, é papel de todo católico se propor a viver também uma vida de entrega e sacrifício. Contudo, não necessariamente com um grande martírio, mas nos pequenos, e às vezes até silenciosos, momentos do cotidiano, que podem ser grandes oportunidades para evangelização.
São Josemaria Escrivá contava que, uma vez, um rapaz escreveu: “O meu ideal é tão grande que só cabe no mar”. O padre, então, respondeu: “E o Sacrário, tão ‘pequeno’? E a oficina ‘vulgar’ de Nazaré? – Na grandeza das coisas do dia a dia espera-nos Ele!”.
O cristão tem a chance de evangelizar e unir pequenos atos de amor às dores que Jesus sofreu na Cruz, por amor a nós. Em ocasiões como:
- Ao dedicar mais tempo para ouvir alguém que precisa;
- Sorrir ainda que contrariado;
- Negar suas próprias vontades;
- Trabalhar bem, mesmo cansado;
- Ter paciência com a família e os amigos.
Em tempos tão conturbados, unido a Jesus, o evangelizador pode levar, com ações e palavras, não apenas uma ideia ou um conceito abstrato, mas a verdade do Amor. Na internet e com as redes sociais, há inúmeras possibilidades de fazer com que essa mensagem chegue ao maior número de pessoas possível, de diferentes formas.
Na exortação apostólica Sacramentum Caritatis, o Papa Emérito Bento XVI lembra o chamado a participar dessa missão.
“Como sucedeu na multiplicação dos pães e dos peixes, temos de reconhecer que Cristo continua, ainda hoje, exortando os seus discípulos a empenharem-se pessoalmente: « Dai-lhes vós de comer » (Mt 14, 16). Na verdade, a vocação de cada um de nós consiste em ser, unido a Jesus, pão repartido para a vida do mundo.”
Alimento para a alma
Sabemos que, quando não há uma boa alimentação, que garanta os nutrientes necessários, o corpo tende a ficar fraco, a imunidade diminui e sempre há um cansaço. Do mesmo modo, acontece com a alma: quando a Eucaristia não é o principal alimento, começa a enfraquecer. E, assim, viver o chamado à evangelização se torna mais difícil.
Apenas na comunhão temos a oportunidade de nos tornarmos um só com Cristo, fonte de toda a vida, remédio para nossas imperfeições. Neste sacramento, o Espírito Santo nos fortalece e nos leva a reconhecer o lugar de filhos de Deus, que seguem a vontade do Pai e confiam nEle.
Além disso, assim como para os primeiros cristãos, é na missa que encontramos as forças para ter um testemunho eficaz, que supera os desafios da época e as nossas próprias falhas, deixando que Jesus apareça. “Aquele que permanece em mim e eu nele produz muito fruto; porque, sem mim, nada podeis fazer” (Jo 15,5).
Uma amizade que contagia
Quando queremos nos aproximar de alguém, é preciso conversar, dedicar um tempo para estar junto e, principalmente, ouvir a outra pessoa. Na relação com Jesus, não é diferente. Além da participação na Santa Missa, que já comentamos aqui, a oração diária também é essencial na busca da santidade.
Caso você não possa participar da liturgia eucarística todos os dias, outra prática muito recomendada por vários santos é a visita diária ao Sacrário. Ao passar na frente de uma Igreja, tirar alguns minutos do dia para entrar e adorar, conversar, agradecer, pedir e partilhar as alegrias, tristezas e preocupações.
Assim, de pouco em pouco, é possível construir uma amizade com Jesus Eucarístico. Uma amizade que, por meio da evangelização e do seu testemunho diário no mundo, transborda da capela e pode chegar aos corações que estavam mais afastados.
“Já não vos chamo servos […], mas vos chamo amigos […]. Não fostes vós que me escolhestes, mas fui eu que vos escolhi e vos designei para irdes e produzirdes fruto e para que o vosso fruto permaneça” (Jo 15, 15-16).
O anúncio da Palavra sempre terá desafios, mas, fortalecido e sustentado pela Eucaristia, com certeza será mais leve. Tendo os olhos fixos em Cristo, os passos se tornam mais firmes e essa missão pode ser um caminho de santificação, tanto para quem evangeliza, como para quem é evangelizado.