5 coisas para aprender com as aparições de Nossa Senhora de Lourdes
Em 1858, uma francesa de 14 anos viveu uma experiência concedida a poucos. A Virgem Maria escolheu a jovem Bernadette Soubirous para se manifestar e trazer ao mundo uma mensagem. A experiência de Bernadette ficou conhecida no mundo todo como as aparições de Nossa Senhora de Lourdes. O fenômeno aconteceu no sudoeste da França, na pequena cidade de Lourdes.
Saiba o que tais acontecimentos podem nos ensinar ainda hoje.
A predileção do Senhor pelos mais pobres
A jovem Bernadette – que foi reconhecida santa pela Igreja Católica em 1933 – era pobre, não apenas no aspecto financeiro, mas também no seu intelecto e na sua saúde.
O seu pai, que havia perdido a visão de um dos olhos, enfrentava dificuldades para sustentar sua família. Seu moinho não acompanhou a crescente industrialização, portanto, comprometeu a qualidade do seu produto – a farinha – e tornou seu processo de produção obsoleto e pouco eficiente. A família chegou a perder a propriedade, precisando morar de favor na casa de um parente.
Neste período, Bernadette contraiu cólera – doença epidêmica da época. Além disso, era asmática.
A escolhida de Nossa Senhora de Lourdes era também analfabeta. A menina tentou aprender o Catecismo, porém encontrou muita dificuldade, pois falava apenas o dialeto de sua região.
Tais fatos comprovam as palavras de Jesus: “Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus!” (Mt 5,3).
Nossa Senhora de Lourdes reforça a necessidade da oração e de penitência
No dia 11 de fevereiro de 1858, a jovem Bernadette saiu de casa acompanhada por sua irmã mais nova e por uma amiga para recolher lenha. Quando chegaram perto de um córrego, as meninas atravessaram, menos Bernadette, pois temia molhar-se naquelas águas geladas do inverno e com isso afetar sua frágil saúde.
Ela parou para tirar suas meias, pois precisa atravessar aquele córrego de qualquer maneira. Foi então que ela percebeu uma rajada de vento forte e dirigiu seu olhar para uma gruta. O que ela vê? Uma mulher, vestida de branco, com uma faixa azul na cintura, um rosário nas mãos e duas rosas douradas nos pés.
Admirada pela beleza daquela mulher, Bernadette ajoelha-se e tenta traçar o sinal da cruz, mas não consegue sequer mexer seu braço. Nossa Senhora, então, faz o sinal da cruz e começa a rezar. A jovem acompanha a oração.
Logo que terminaram, Nossa Senhora de Lourdes pediu que Bernadette se aproximasse, mas ela continuou sem reação. A Virgem desapareceu e a menina saiu daquele local transformada. Se antes tinha dificuldades para carregar os feixes de lenha, agora fazia isso com facilidade, e o ar já não lhe faltava mais nos pulmões.
Durante as várias aparições de Nossa Senhora de Lourdes que se seguiram o que acontecia eram momentos de oração. Analisando esse fato, o Papa Bento Bento XVI assim descreveu: “Maria vem recordar-nos que a oração, intensa e humilde, confiante e perseverante, deve ter um lugar central na nossa vida cristã. A oração é indispensável para acolher a força de Cristo” (Homilia no 150º aniversário das aparições de Lourdes, 14 de setembro de 2008).
Numa das aparições, Nossa Senhora de Lourdes mencionou à Bernadette uma palavra que chamou sua atenção: Penitência. E essa palavra veio acompanhada de um pedido: “Rogai a Deus pela conversão dos pecadores!”.
Em todas as aparições reconhecidas pela Igreja, a Virgem Maria pede à humanidade que faça penitência. E é aqui neste ponto da mensagem de Nossa Senhora de Lourdes que devemos nos questionar: temos feito penitências pela conversão dos pecados como nos pede Nossa Senhora?
O dia mundial do enfermo e Nossa Senhora de Lourdes
Não foi por acaso que em 1992 São João Paulo II escolheu o dia 11 de fevereiro – dia de Nossa Senhora de Lourdes – para celebrar também o dia do enfermo.
Durante a nona aparição, que nessa altura já reunia uma multidão de pessoas da localidade, Nossa Senhora de Lourdes ordenou que santa Bernadette escavasse o chão da gruta. Sem questionar o porquê, a menina cavou com as próprias mãos e dali brotou uma fonte de água. Nossa Senhora então declarou que aquela fonte “lavará a alma suja dos pecadores, dos que se arrependem de seus desacertos, daqueles que têm fé em Deus, produzindo o milagre da conversão e da cura dos males”.
Desde então, são incontáveis os milagres que Deus operou nas águas daquela fonte, principalmente curas físicas. Todas reconhecidas pela ciência como sendo de fato curas milagrosas.
O primeiro milagre registrado aconteceu naquele mesmo ano das aparições. Catherine Latapie, devido a um acidente tinha um ombro deslocado, o punho quebrado e os dedos retorcidos. Com fé na promessa de Nossa Senhora de Lourdes, ela decide ir até a fonte para banhar seu braço naquela água sagrada. Resultado: ela saiu daquela gruta curada. Tempos depois ela teve um bebê que futuramente tornou-se padre.
Nossa Senhora nos recorda que o Céu é o nosso lugar
Em uma das aparições, Nossa Senhora de Lourdes fez uma promessa: “Não prometo fazer-lhe feliz neste mundo, mas no outro”.
Essas palavras da Virgem nos recordam que o nosso lugar é o Céu, e isso deve ser levado muito à sério por todos nós.
Por isso, devemos rezar muito e fazer penitência. Afinal, não é possível se libertar da ilusão de que a felicidade e o conforto estão neste mundo, sem fazer penitência, sem uma aproximação mais íntima do Senhor por meio da oração.
Se o Céu é a nossa Casa, por ele devemos ansiar, por ele devemos batalhar.
Em Lourdes, Nossa Senhora confirmou o dogma da imaculada
Enquanto as aparições de Nossa Senhora aconteciam, a jovem Bernadette buscou a ajuda de um sacerdote que a encaminhou ao Bispo local. Ao ouvir os relatos da menina, o Bispo pediu-lhe que perguntasse para a mulher das aparições qual é o seu nome, pois queria ter uma comprovação de quem se tratava.
Foi então que no dia 25 de março de 1858, a Virgem declarou: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
O curioso é que o dogma da Imaculada Conceição de Maria – que afirma que a beatíssima Virgem Maria no primeiro instante de sua concepção foi preservada imune de toda mancha da culpa original – havia sido proclamado em 1854 pelo Papa Pio IX, apenas 4 anos antes das aparições em Lourdes.
A menina Bernadette não tinha conhecimento sobre tais assuntos. Quando ela ouviu aquelas palavras “Eu sou a Imaculada Conceição” foi imediatamente contar ao Bispo. Ele ficou surpreso, pois sabia que Bernadette não tinha sequer feito a primeira Comunhão, portanto não havia ainda recebido qualquer tipo de ensinamento sobre a doutrina da Igreja.
Em 1860 o Bispo local declarou oficialmente que “a Virgem Maria apareceu de fato à jovem Bernadette Soubirous”.
Após o encerramento das aparições, aos 22 anos Bernadette foi para o convento, onde viveu até o último dia nesta terra. Faleceu vítima da tuberculose aos 35 anos. Seu corpo foi exumado pela primeira vez 30 anos após sua morte, e para a surpresa de muitos permanecia incorrupto. Atualmente, seu corpo preservado está exposto na igreja de Saint Gildard, em Nevers – França.